Hoje
pela manhã, a primeira notícia que chega a minha
casa é a da morte de uma vizinha, que estava a quase três meses em coma
depois
de ser atropelada quando fazia uma caminhada. O acidente aconteceu na
Av. Carlos
Jereissati (Av. do aeroporto) em Fortaleza-Ceará. A senhora Helena
diariamente
caminhava na faixa de pedestres da avenida (por sinal, tem um espaço
reservado
para bicicletas e pedestres ao longo da via). A velocidade permitida é
de até
80km, há uma conversão à direita por baixo de um viaduto para que o
motorista
tenha acesso ao estacionamento e ao desembarque do aeroporto. Pela lei,
ao fazer
uma conversão, todo motorista deve sinalizar que a fará. A Senhora
Helena foi
atenta, apesar de que a preferência é do pedestre, e a mão em que ela
caminhava era a preferencial, verificou se algum veículo estava
sinalizando para
cruzar o seu caminho, não havendo objeção, cruzou a entrada. Os relatos e
o
proprio motorista (no caso, chamo de assassino) entrou em alta
velocidade sem
sinalizar e a pegou em cheio. Na ocasião, o motorista tentou fugir, mas a
população
impediu, deu desculpas de que não sabia se ela iria continuar a
caminhada e que a sinaleira do veículo estava quebrada. Para mim,
trata-se de um assassino, pois
conduzia um veículo que pode matar, numa velocidade que pode matar,
com displicênia e total despreso pela vida do outro, não foi capaz de
perceber que estava diante de um ser
humano.
O relato acima é apenas um daqueles que acontece com
pessoas próximas, vizinhos de rua, mas poderia ser um parente (a minha irmã sempre
caminhava com a senhora Helena, mas naquele dia não a acompanhava na caminhada). O Brasil
apresenta alguns índices econômicos interessantes, é um país emergente... isso deseprta algumas indagações: e
a população está evoluindo? A população tem autonomia? A população respeita as
leis, ou teme os agentes defensores da lei? A população é corrupta assim como
seus representantes? São muitos questionamentos que todo brasileiro deveria
colocar em reflexão todos os dias ao acordar e ao dormir. O que vejo, em relação
ao trânsito é um verdadeiro campo de guerra, um espaço sem lei, desde o
desreipeito à faixa do pedestre, a sinalização, dirigir embriagado, motos
cortando por todos os lados, sendo conduzidas pelas calçadas,
automóveis e veículos pesados quebrando o código de conduta do trânsito (pare ao
sinal vermelho e etc), assistimos o desrespeito generlizado pelo outro, pela
vida, pelo ser humano. Uma verdadeira barbárie que cresce na contramão da
economia. Onde queremos chegar? Vamos assistir de camarote até que peguem um dos
nossos? Vamos nos entregar por inteiro à matriz (ou modelo de sistema ao qual
aceitamos)? Não vale a pena resistir? O individualismo eliminou todo nossa capacidade de sobrevivência coletiva?
Vamos enterrar a senhora Helena, a cidadania, o Brasil,
a educação que não temos, e perpetuar a máxima do brasileiro "levar vantagem em
tudo".
Kildare Uchôa
Vergonhoso ter que presenciar tais fatos... Conhecia a D. Helena e vivi essa dor na pele no caso da minha avó (tb vítima de atropelamento). Como vc falou, está tudo errado!!! Mas se as pessoas se vendem, acham normal molhar a mão do guarda de trânsito, levar para casa aquilo que não lhe pertence e quando indagado diz: "mas é só uma resma de papel", merece ter um governo igualmente vergonhoso!!! Não é a política que está errada, são os ditos seres humanos!!! #indignadademais
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