O Brasil elegeu, esta quarta-feira, o primeiro negro presidente do Supremo Tribunal Federal. Trata-se de Joaquim Barbosa e a sua escolha gerou polémica.
Nove dos dez ministros votaram a favor de Barbosa, que foi o juiz principal no processo do Mensalão, que condenou por corrupção activa José Dirceu, que foi o chefe de gabinete de Lula da Silva quando este foi Presidente.
Para vice-presidente do Supremo foi escolhido Ricardo Lewandowski, e a dupla assume funções por dois anos.
Há duas semanas, o juiz Marco Aurélio Mello dissera aos jornalistas que "temia" pelo futuro do Supremo caso Barbosa fosse eleito; disse estar "preocupado" com o temperamento, que considerou explosivo, do colega. "Como é que ele vai coordenar o tribunal? Como se irá relacionar com os outros órgãos e poderes", disse Mello.
Mas os restantes juizes - são eles que elegem o presidente - optaram por cumprir a tradição e escolheram o juiz mais antigo.
Joaquim Barbosa respondera a Marco Aurélio Mello no mesmo tom: "Um dos principais obstáculos a ser enfrentado por qualquer pessoa que ocupe a presidência do Supremo Tribunal Federal tem por nome Marco Aurélio Mello.". O novo presidente disse que não tomará "decisões rocambolescas e chocantes", que não sustentará posições "de claro e deliberado confronto para com os poderes constituídos" e não terá "intervenções manifestamente 'gauche', de puro exibicionismo", que, segundo ele, caracterizam o juiz Marco Aurélio.
A imprensa brasileira sublinhava o facto de se tratar do primeiro negro no cargo, mas lembrava que, num passado distante, já dois juízes negros integraram o Supremo, Hermenegildo de Barros (1919-1937) e Pedro Lessa (1907 -1921).
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentar é importante para o debate.